sábado, março 10, 2007

A lição do perdão

R E F L E X Ã O - 378

De todas as Divinas lições passadas pelo Mestre Jesus, sem dúvida, a que mais dificilmente a humanidade consegue assimilar e aplicar, se refere ao perdão.
“Reconciliai-vos o mais depressa com o vosso adversário, enquanto estais com ele no caminho, a fim de que vosso adversário não vos entregue ao juiz, e que o juiz não vos entregue ao ministro da justiça, e que não sejais aprisionados”
Severas dissensões e, não raro, tragédias que comprometem mais de uma geração, somente ocorrem pela incapacidade de perdoar, o que invariavelmente estabelece sentimentos de ódio e vingança. Efetivamente não é fácil, principalmente quando a ofensa tem como nascedouro alguma atitude traiçoeira que parte de pessoa até então merecedora de plena confiança; dessas que desfrutam de ampla e irrestrita intimidade.
O ódio e o rancor expõem o predomínio da ausência de grandeza na alma do ofendido. Quem consegue exercitar e aplicar o perdão certamente se posiciona acima dos insultos que se lhe podem dirigir. É óbvia a existência daquele que aparenta exercer a misericórdia, mas compromete-se ainda mais diante das Leis Divinas, expondo publicamente a concessão que supõe tratar-se de um ato de “perdão”. Ostentação para si e humilhação para a outra parte. Tais situações denotam plena ausência da generosidade e indiscutível prevalência do orgulho. Na prática de qualquer ação generosa não pode haver espaço nem tempo para se calcular quais as perdas ou lucros decorrentes do ato, pois seu autor não se lembrará da ofensa, nem terá qualquer sentimento de orgulho a respeito, isto é, não exibirá o mérito de ser misericordioso.
Segundo Maktub (personagem de Paulo Coelho) o mosteiro de Sceta assistiu certa tarde, a um raríssimo fato, quando, para surpresa de todos, um monge ofendeu a outro com palavras grosseiras.
O superior do mosteiro, abade Sisois, no cumprimento de sua missão educativa, pediu humildemente ao monge ofendido que perdoasse seu agressor.
- De jeito nenhum – respondeu o monge – Ele fez, ele terá que pagar.
No mesmo instante, o abade Sisois levantou os braços para o céu e começou a orar:
“Jesus, Divino Mestre, não precisamos mais de Ti, nem das Leis de Deus.
Já somos capazes de fazer os agressores pagarem por suas ofensas. Já somos capazes de
tomar a vingança em nossas mãos, e cuidar do Bem e do Mal. Portanto, o Senhor pode
afastar-se de nós, sem problemas”
Diante da surpreendente cena, envergonhado, o monge perdoou imediatamente o seu irmão. A paz voltou ao conjunto e todos aprenderam mais uma maravilhosa lição.


Pecajo – 09.03.07

Nenhum comentário: