domingo, agosto 19, 2007

Nem todos os homens são Herbert Vianna

Vaidade - HERBERT VIANNA
Cirurgia de lipoaspiração?Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração? Uma coisa é saúde outra é obsessão. O mundo pirou, enlouqueceu.Hoje, Deus é a auto imagem.Religião, é dieta.Fé, só na estética. Ritual é malhação.Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem. Gordura é pecado mortal.Ruga é contravenção.Roubar pode, envelhecer, não.Estria é caso de polícia.Celulite é falta de educação.Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso.A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem?
A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem.Imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa. Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa. Não importa o outro, o a volta, o coletivo. Jovens não tem mais fé, nem idealismo, nem posição política. Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada.Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar correr, viver muito, ter uma aparência legal mas... uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados, aos vinte anos não é natural. Não é, não pode ser.
Que as pessoas discutam o assunto. Que alguém acorde. Que o mundo mude. Que eu me acalme. Que o amor sobreviva."
" Cuide bem do seu amor, seja quem for " Herbert Vianna


Antigamente a gente dizia:"nossa como vc está bonita, está gorda!"Nos dias atuais, chamar alguém de gordo é quase um sacrilégio, é ofensivo.Mudam-se as épocas, mudam-se os hábitos.O que está acontecendo hoje é que simplesmente há uma indústria milionária por trás de tudo isso ganhando rios de dinheiro. E, numa sociedade capitalista, em que o ter é muito, mas muito mesmo, mais importante do que o ser, é preciso ter corpo dentro da métrica da moda, isto é, ser magra, mas ter busto grande, sem celulite de preferência e, estria nem pensar.Em contrapartida é preciso consumir todas as batatas fritas que o estômago possa aguentar, todos os sanduíches 'macs', sorvetes, chicletes e balas. Sempre com refrigerante light, claro.Há uma absoluta e total incoerência entre o que se come e o peso que o modismo exige das pessoas. E, o homens também já sofrem dessa epidemia da magreza e da burrice estética.Infelizmente, a mídia contribui e muito para essa alienaçãoda beleza e, os artistas que precisam mostrar que são "belos e saudáveis", contribuem mais ainda para míopia da beleza.E olha que não é fácil fugir de tais esteriótipos, eu que o diga, uma saudável senhora cinquentona e ...gorda. As pessoas discrimimam a gente nas lojas e, encontrar roupas para gordos quase que só em lojas especializadas. Gordo tem problemas com o banco do ônibus, para entrar no carro, é piada entre os amigos e, os homens muitas vezes 'preferem' as magras. Na verdade os objetos são feitos para magros e destros. Certa vez, um amigo - homem - me disse a seguinte pérola: "E aí casou?", respondi que não. Então ele me saiu com essa : "deve ser porque vc está muito gorda". Detalhe: somos amigos há 30 anos e ele me adora. Mas, ele tem a ótica e a estética da moda imposta pela mídia.Eu não fiz lipo ou coisas afins mas, quem não tem uma cabeça centrada, é influenciável ou, acaba mesmo se sentindo feia por causa da influência dos modismos se envolve em tratamentos estéticos que na verdade não garantem a felicidade de ninguém. Nem um casamento perfeito e sequer que não se vai nunca perder o emprego.Sem querer radicalizar, há casos em que uma lipo ou outra atividade estética é necessária. E, às vezes, é até uma questão de vaidade, mas com moderação e bom senso vai mesmo fazer a pessoa se sentir melhor.Enfim, nem todos os homens são Herbert Vianna.

Quero-te

Eros2002: oi!
Eros2002: quero-te!
Psique: oi?
Psique: ahahahahahah
Eros2002: e ri?
Psique: mas que isso, Eros?
Eros2002: o quê?
Psique: isso é coisa que se fale?
Eros2002: é
Eros2002: e sabe por quê?
Psique: diga
Eros2002: porque você tem que ser minha
Psique: oh!
Psique: será?
Eros2002: falei ontem com um amigo para ver a possibilidade de você vir morar aqui.
Psique: é mesmo?
Psique: seria maravilhoso
Eros2002: calma
Psique: tá
Eros2002: porque há o componente do seu vencimento
Psique: humm
Psique: tem que dar para eu viver aí sozinha
Eros2002: ainda não há luz verde, digamos
Eros2002: claro
Eros2002: pelo menos
Psique: senão você vai ter que me sustentar
Eros2002: leitinho não faltará
Psique: ahahahahaha
Psique: só?
Eros2002: pelo menos
Psique: vamos aguardar
Psique: é uma boa notícia
Eros2002: pois
Eros2002: é alguma coisa
Psique: um presente para o dia de hoje
Eros2002: e o desejo de te amar fará o resto
Psique: ai meus deus
Eros2002: por quê?
Psique: só por isso, Eros?
Eros2002: não lhe agrada a idéia?
Psique: sei lá
Eros2002: já não sabe?
Psique: eu posso te decepcionar
Eros2002: duvido
Eros2002: você se empenhará e eu também
Eros2002: e, além disso, será uma etapa nova nas nossas vidas
Psique: mas é só por causa de sexo?
Eros2002: claro que não
Psique: ainda bem
Eros2002: mas, também
Eros2002: e, provavelmente será o início de uma grande amizade
Psique: ahahahaha
Eros2002: ri-te?
Psique: se emende Eros
Eros2002: como?
Eros2002: comendo-te?
Psique: é bom ter alguém que goste da gente
Psique: e não é só para me comer
Psique: claro que isso é importante
Psique: mas, o amor também
Eros2002: e o meu...?
Psique: ai Eros!
Psique: o que é que tem?
Eros2002: diga!
Psique: o que quer que eu diga?
Eros2002: a idéia de..., não a seduz?
Psique: e como!
Psique: mas, posso gostar ou não
Eros2002: arranjaremos uma forma
Psique: ahahahah
Psique: você é doido mesmo
Eros2002: pelo menos uma vez vai ter de fazer
Eros2002: e se você gostar?
Psique: bem...
Psique: aí você vai ter que repetir
Eros2002: bem?
Eros2002: ok
Psique: mas me deixou contente
Eros2002: com todo o gosto
Eros2002: mas não faça já castelos no ar
Psique: vou voltar a fazer dieta
Eros2002: aguarde com calma
Psique: ok
Eros2002: não é importante
Eros2002: a dieta
Psique: você me ama mesmo, Eros?
Eros2002: amo
Psique: sinto-me feliz com isso
Eros2002: ok
Psique: preciso ter alguém
Eros2002: claro que sim
Eros2002: agora tem o meu... virtual, por enquanto

Louco!

Eros2002: oi
Eros2002: está zangada?
Psique: não, só estou escrevendo um pouco.
Eros2002: gostei muito da sua opinião sobre a violência
Psique: sim?
Eros2002: sim
Psique: é uma visão que na prática não apresenta soluções
Eros2002: há muita violência em quase tudo
Psique: onde será que está a solução?
Eros2002: sim, mas é difícil resolver o problema.
Psique: esse é o problema!
Psique: caríssimo, só procura esse caminho quem é fraco de valores.
Eros2002: ok
Eros2002: você nunca cometeu um erro?
Psique: desse tipo não
Eros2002: ainda bem
Psique: nunca vendi o meu corpo, por exemplo,
Psique: trabalhei muito na minha vida
Eros2002: sim, estou vendo.
Psique: e nunca precisei fazer nada de errado
Eros2002: certo
Psique: o pouco que consegui é fruto do meu trabalho
Eros2002: você acha então que apesar de toda a violência que há nas favelas é possível viver-se com dignidade nesses locais?
Psique: com certeza, trabalhei em favela durante muitos anos como professora.
Eros2002: ok
Psique: lá tem muita gente boa e que trabalha duro
Eros2002: certo
Psique: só segue o caminho errado quem quer
Eros2002: ok
Eros2002: entendi
Psique: às vezes o caminho poder ser difícil, mas...
Eros2002: não pode haver só histórias tristes
Psique: com certeza, e todas as histórias de luta digna e trabalho honesto são bonitas.
Eros2002: ok
Eros2002: são cinco da manhã, devo estar louco.
Psique: louco de sono?
Eros2002: sim
Psique: vá dormir então
Eros2002: pois vou
Psique: boa noite
Eros2002: boa noite
Psique: xau
Eros2002: xau
Eros2002: vou desligar
Psique: descanse

A ti Musa

Eros2002: então diga, por favor,
Psique: conte-me sobre a sua noite ontem, onde foi?
Psique: onde foi passear?
Eros2002: foi de conversa de amigos
Eros2002: a um centro comercial e a um bar
Psique: mas foi a algum lugar bonito?
Eros2002: não muito
Psique: como são os seus amigos?
Eros2002: já não estava com eles há uns tempos e eles é que marcaram o lugar
Eros2002: são financeiros
Psique: o que é isso?
Eros2002: são pessoas da área financeira, logo muito cerebrais.
Eros2002: frios de análise
Psique: racionais?
Eros2002: sim
Eros2002: mais do que isso
Eros2002: muito virados para ouvir e contarem pouco
Psique: gosta de conviver com essas pessoas?
Eros2002: mas também tem piada
Psique: ah!
Eros2002: não estavam a trabalhar
Psique: e por que se reuniram?
Eros2002: era sexta-feira à noite
Eros2002: para por as conversas em dia
Eros2002: o grupo até já foi grande, só homens, mas eram jantares divertidos
Psique: não havia mulheres?
Eros2002: não
Eros2002: não calhou
Psique: como assim?
Eros2002: são meus conhecidos do mundo dos negócios, e não há ainda muitas mulheres no setor por aqui.
Psique: é pena
Eros2002: é
Eros2002: seria bem mais divertido
Psique: aqui, quando reúnem as professoras, é só mulher
Eros2002: cá, professoras também.
Psique também faz parte desse universo?
Eros2002: não faço muito parte desse grupo
Psique: não?
Eros2002: mas estes até são boas pessoas, mas muito cerebrais
Ero2002: eu é que lhes mostro o outro lado da vida
Psique: cerebrais = racionais?
Psique: o que mostra a eles, Eros?
Eros2002: alegria, humanidade, e uma visão mais otimista.
Eros2002: e de negócios
Psique: não sabem aproveitar a vida mesmo
Eros2002: mas ontem o local era acolhedor e propício a um bom vinho
Psique: ah!
Eros2002: beber um bom vinho deve ser na companhia de uma bela musa
Psique: brindou a mim?
Eros2002: sim, claro
Psique: legal
Eros2002: poetei para mim sobre o assunto
Psique: é mesmo?
Psique: conte-me
Eros2002: sim
Eros2002: pego no copo como se pegasse em ti
Eros2002: e brindo aos teus lábios com os meus
Psique: como é que é?
Eros2002: brindo aos teus lábios com os meus
Eros2002: e bebo imaginando o teu olhar
Eros2002: e ouço o teu riso alegre
Eros2002: e pouso de novo o copo
Eros2002: e lembro oceano azul e longo
Eros2002: a ti minha musa
Eros2002: fim
Psique: obrigada, Eros
Eros2002: de nada
Eros2002: o título é “A ti musa”
Psique: até onde nós vamos com tudo isso, Eros?
Eros2002: daqui a pouco vou para a cama...
Eros2002: acho que a uma bela amizade
Eros2002: sem complexos
Psique: Eros, boa noite!
Eros2002: que aconteceu?
Psique: nada
Eros2002: sério?
Eros2002: ofendi-a?
Eros2002: não acredito!
Psique: boa noite, não me ofendeu
Eros2002: ok, boa noite
Eros2002: você fugiu assim de repente
Psique: quero ficar um pouco sozinha, é só isso. Amanhã conversaremos com certeza
Eros2002: de certeza que é só isso?
Psique: sim, Eros
Eros2002: não me parece
Psique: o que quer que eu lhe diga então?
Eros2002: nada que seja contrariada
Psique: posso ir-me?
Eros2002: ok xau
Eros2002: boa noite
Psique: boa noite
Psique: xau
Eros2002: xau

domingo, agosto 12, 2007

Ócio
















líria porto

quão bom é dormir
numa cama à toa

qual uma canoa
a alisar o rio

a nos transportar
para outra margem

a sentir no dorso
o frescor da brisa

o corpo do amado
dar-nos arrepios

a fazer-nos gratos
grávidos

espíritos

*

http://liriaporto.blogspot.com/

domingo, agosto 05, 2007

Mensagem para você

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

Antoine de Saint-Exupéry

Proverbiando

Quem tudo quer tudo perde

Registrado por Mário Lamenza, em "Provérbios", parece ter origem espanhola. Pelo menos é citada em língua castelhana nesta passagem da famosa "Arte de Furtar": "Medraríamos todos se houvesse lei, que perca tudo quem abarcar tudo; e seria justa pela rega: que quien todo lo quiere todo lo pierde".-- Cláudia Brino - Coordenadora do Clube de Poetas do Litoral - CPL visite:http://cplitoral.blogspot.comhttp://cliquepoetico.blogspot.com

Poesia na rede caiçara

LEGADO

Valdir Alvarenga livro: Plenilúnio


Deus me deu o dom da poesia a luz da lucidez Deus me deu o entendimento do coração o silêncio da solidão e a sabedoria de se perder e se achar. Deus me deu a chave. Eu que encontre a porta!


AS GAIVOTAS

Narciso de Andrade - Santos

Ninguém interfere no destino das gaivotas. Sua vida azul é toda de altitudes e diálogos com o vento e as nuvens. Voando, elas bicam o sol e pousam suaves no espelho das marolas. Não cantam porque não querem; que sua voz se reserva para os segredos que murmuram entre si quando a tarde cai. A grande paisagem que é o mar só se completa quando as gaivotas rompem a linha do horizonte e saem do infinito com um peixe na boca. São belas, são fáceis, são lúcidas as gaivotas – ninguém interfere no seu destino.

Para Serafim

Gizelda Bassi

Guerreiro que em tantas batalhas lutastes o fiel combate, repousa tua mente, teu coração Busca em mim, tua paz.

Cláudia Brino - Coordenadora do Clube de Poetas do Litoral - CPL visite:http://cplitoral.blogspot.com/http://cliquepoetico.blogspot.com/

Papel (Hârtie)

Anunciou-se, creio, no apocalipse,
não me lembro muito bem,
que um grande furacão de papel
se aproxima da direção NO
e de todas as direções.

O furacão destruirá tudo no seu caminho,
convertendo tudo em papel.

As árvores se transformarão em papel,
os animais em papel,
o ouro em papel.

Os homens gritarão horrorizados,
e seus gritos
se tornarão cobras de papel.
Depois eles próprios se vão desfazer em papel:

papel de embrulho, papel de envelopes,
papel de sacos, papel de bíblia,
papel de cigarros.
E, sobretudo, de jornais.

Alguns se tornarão artigos de fundo,
outros entrarão nos problemas
industriais ou agrários,
outros passarão à página externa.
Os escritores que ainda não falharam
por falta de espaço,
falharão nos primeiros cinco quadrados.
Pra que falar em demasia:
haverá um furacão e um papel
mundial.

E no fim,
perdendo a paciência,
se entreabrirá a terra.
Engolirá tudo com apetite
e limpará a boca
com os homens que se tinham transformado
em guardanapos.

Marin Sorescu
poeta romeno

trad. Luciano Maia

Cláudia Brino - Coordenadora do Clube de Poetas do Litoral - CPL visite:http://cplitoral.blogspot.comhttp://cliquepoetico.blogspot.com

A mais bela

Eros2002: oi
Psique: oi
Eros2002: então a festa foi boa?
Psique: foi maravilhosa!
Eros2002: ótimo!
Psique: e eu fiz um brinde para você à mesa
Eros2002: obrigado
Psique: ontem tudo foi lindo, o baile, o jantar, tudo mesmo.
Eros2002: sim
Eros2002: e você a mais bela da sala
Psique: obrigada, você é gentil.
Eros2002: o convívio foi bom?
Psique: com os amigos?
Eros2002: sim
Eros2002: aqui também saí, e conversei até com gente que não conheço, foi muito proveitoso
Psique: ainda bem que superou o dia de ontem
Eros2002: sim, acabou bem
Eros2002: quase bem
Psique: eu hoje me sinto estranha
Eros2002: por quê?
Psique: não sei, desde cedo sinto vontade de ficar sozinha, até na praia fui caminhar só.
Eros2002: sim?
Eros2002: oh!
Eros2002: eu já te liguei três vezes hoje
Eros2002: e nada
Psique: fazia tempo que não me sentia assim
Eros2002: tive azar
Eros2002: será por causa de ontem?
Psique: é como se eu precisasse conversar comigo mesma
Eros2002: serei eu a desestabilizar?
Psique: não é você não, sou eu mesma.
Eros2002: mas o que se passa?
Psique: não sei
Eros2002: o que é que sente?
Psique: Desculpe, mas preciso atender minha amiga que chegou. Volto logo
Eros2002: ok até logo
Psique: ainda está aí, Eros?
Eros2002: oui
Psique: desculpe, mas não podia deixar a minha amiga
Eros2002: sim
Psique: e eu ganhei um chocolate
Eros2002: linda menina
Psique: ela sempre me traz algo
Eros2002: simpática
Psique: eu?
Eros2002: também
Psique: onde estávamos mesmo?
Eros2002: você se sente estranha
Psique: é, às vezes quero ficar sozinha, conversar comigo mesma
Psique: e hoje passei o dia inteiro assim
Eros2002: sim, não quer conversar comigo?
Psique: quero!

Gostosa

Eros2002: o que é para si madrugada?
Eros2002: Quatro ou 5 da manhã?
Eros2002: mas que horas?
Psique: é sobre telefonar para mim?
Eros2002: isso
Psique: me acorde uma madrugada dessas, vou adorar, use sua sensibilidade e “sinta" em que momento estarei dormindo.
Eros2002: ok, boa!
Psique: vai fazer isso?
Eros2002: sim, amanhã talvez não, mas brevemente.
Psique: não quero saber o dia, senão perde a graça.
Eros2002: ok
Eros2002: gostei muito de ouvir a sua voz
Psique: obrigada, você é muito gentil.
Eros2002: não, é verdade apenas.
Psique: fui à igreja rezar.
Eros2002: sim?
Psique: eu tinha prometido ir, achei chato faltar, estamos estudando os Atos dos Apóstolos.
Eros2002: sim, era chato.
Psique: mas agora vamos falar sério
Eros2002: de...
Psique: desculpe, mas acho que não vou dizer.
Psique: deixe para lá
Eros2002: diga
Psique: não, aquela "voz” interior disse ‘não’.
Eros2002: por que ela comanda?
Psique: é a minha intuição
Psique: às vezes eu não a ouço, mas me dano
Eros2002: não sei...
Psique: você me parece racional demais, Eros.
Psique: pelo menos me deu essa impressão
Eros2002: olhe que não, sou mesmo #open mind#
Eros2002: com limites, claro.
Psique: o que é isso?
Eros2002: mente aberta
Psique: isso é bom, e até onde vai essa sua mente aberta?
Eros2002: não sei
Eros2002: mas não é ilimitada
Psique: e quais são os seus limites?
Eros2002: não entra na área das drogas, por exemplo,
Eros2002: e os seus?
Eros2002: na violência
Psique: os meus limites são dados pelo meu coração
Psique: você ainda não sentiu isso?
Eros2002: um pouco
Psique: então,
Psique: não quero ter um homem só pela net
Eros2002: ah, ok
Psique: quero ter alguém aqui, ao vivo e em cores.
Eros2002: certo
Psique: essas nossa brincadeiras vão acabar me machucando
Eros2002: então temos de mudar o rumo
Eros2002: nunca gostei de ver alguém se machucar
Psique: pois é, já pensou se eu me apego a você?
Eros2002: você é quem sabe, eu ficaria muito triste se você se machucasse comigo.
Psique: já tem um ‘alarme’ tocando dentro de mim
Eros2002: isso não seria muito mau
Psique: por isso é que não quero mais poetar com você, por exemplo.
Psique: nós já fugimos do campo da literatura e faz tempo, concorda?
Eros2002: não a quero machucar e tudo farei para que isso não aconteça
Psique: adoro conversar com você
Eros2002: e eu com você
Psique: mas quero que nossa amizade tenha limites saudáveis
Psique: concorda?
Eros2002: sim, dentro desses princípios acho uma ótima idéia.
Eros2002: mas a idéia de você já esqueceu seu ex namorado também me agrada
Psique: gracinha...
Eros2002: é mesmo, acho você muito doce para que se amarre ao passado.
Psique: podemos nos comunicar pela net ou por telefone, mas vamos nos policiar.
Psique: você compreende o que eu quero dizer?
Eros2002: se você quiser me usar para largar o passado e conseguir partir para um futuro harmonioso, pode contar comigo.
Psique: usar você? Mas como?Nem posso tocá-lo?
Eros2002: não sei
Eros2002: mas o passado amargura-a muito
Eros2002: e acho que você não merece isso
Psique: eu ainda sofro muito por isso, mas...
Eros2002: mas...
Psique: não vou morrer por isso
Eros2002: ok
Eros2002: você é que sabe
Psique: e de um modo geral eu estou bem
Eros2002: ótimo
Psique: mas não posso amar alguém que não esteja dentro dos meus sonhos. Isto é loucura, Eros?
Eros2002: não
Eros2002: você é gostosa
Psique: eu!?
Eros2002: sim
Psique: você não sabe
Eros2002: mentalmente, e pelo que escreve é.
Eros2002: e pela voz
Psique: você me mata de rir
Eros2002: mato???
Psique: sim, me faz rir muito.
Eros2002: e é bom para a saúde
Psique: com certeza
Eros2002: então tudo bem.

Brasil - Por quem os sinos (não) dobram

Brasil - Por quem os sinos (não) dobram?
O Brasil padece sob o impacto do maior acidente aéreo da história do país, com pelo menos 200 vítimas fatais. A morte de todos nós é uma tragédia inevitável. Não tanto para quem parte, sim para quem fica. Se ao nascermos todos riem enquanto choramos, ao morrermos choram eles e nós sorrimos. É a certeza da fé. Porém, doem os laços afetivos que nos ligam àqueles que se foram. Já não mais podemos vê-los, ouvi-los, abraçá-los, partilhar com eles dificuldades e alegrias da vida. Agora restam o silêncio, a lembrança, a saudade doída. A nossa mão se estende no vazio…
Há que tratar a morte com solene seriedade. Para quem sofre a perda do outro, não é um fenômeno descartável. Em princípio, nossa sensibilidade deveria reagir toda vez que, por alguém, os sinos dobram. Se considerarmos que apenas no século XX o ser humano eliminou, pela violência, 100 milhões de semelhantes, então se pode entender por que somos insensíveis à morte alheia. Blindamos a sensibilidade para nos preservar. Já é sofrido chorar a perda do parente e do amigo; por que admitir que a morte do estranho fira o nosso coração?
A morte, no entanto, exige solene reverência. O rito de passagem precisa, de algum modo, ser celebrado: a identificação do morto, o velório, o enterro ou a incineração, as condolências, a liturgia religiosa, o luto. Caso contrário, somos condenados ao drama das famílias de desaparecidos sob a ditadura - não mudam de endereço na expectativa de que, um dia, eles reapareçam. Pois não há arbítrio capaz de enterrar a esperança de um coração materno ou paterno.
Tchekhov, no conto "Angústia", narra a triste solidão de um cocheiro que, tendo perdido o filho, não encontra nenhum ouvido disposto a escutá-lo. "Logo vai fazer uma semana que o filho morreu - diz o narrador - e ele ainda não conversou direito com ninguém... É preciso conversar com vagar, com calma... É preciso contar como o filho ficou doente, como sofreu, o que disse antes de morrer, como morreu. É preciso descrever o enterro e a viagem ao hospital para buscar a roupa do defunto".
Familiares e amigos dos passageiros e tripulantes do Airbus-A320 sentem-se como o cocheiro de Tchekhov em se tratando de nossas autoridades públicas. O cocheiro encontrou o consolo de, afinal, desabafar com a égua que lhe movia a carroça.
Mas nossas autoridades, à exceção do governador paulista e do prefeito da capital, excetuando escalões inferiores, não compareceram aos hotéis em que os familiares se hospedam em São Paulo, nem às celebrações litúrgicas, nem ao enterro de corpos identificados. Ainda que o fizessem, seria um consolo? Jamais. Porém, seria um gesto de grandeza cívica, de quem representa a nação e, em nome dela, sabe irmanar-se na dor, assim como não perde a oportunidade de irmanar-se na alegria.
E seria um gesto de que a tragédia do dia 17 de julho não se reduz a um mero acidente que exime os órgãos públicos de qualquer responsabilidade.
Quando o poder se coloca do lado das vítimas, ele aprende a mudar seu modo de proceder. E se humaniza. (Autor de "Treze contos diabólicos e um angélico", Planeta, entre outros livros).
*Frei Betto
* Frei dominicano. Escritor.

sexta-feira, agosto 03, 2007

A eleição que não terminou

A saída do ministro Waldir Pires trouxe à tona a verdade sobre a cobertura dita jornalística da tragédia de São Paulo: a imprensa não admite que perdeu as eleições. Não foi o candidato do PSDB, nem o partido que não o apoiou, nem o Estado que ele governou. Quem perdeu as eleições foi a mídia. E não assimilou a derrota. A cada tentativa de derrubar o presidente, euripidianamente, nova frustração. A cada expectativa de um índice que dê esperança à sanha, nova derrota com o resultado das pesquisas. Desesperada, abriu os microfones para a classe média contrariada, que usou o espaço com um discurso agressivo, vaiou na abertura dos Jogos e culpou o presidente pela tragédia. Aumentou a solidão.
Como se trata de paixão e a opinião pública não assumiu o discurso iconoclasta, pessoal e hidrofórico, a mídia ficou cada vez mais solitária, falando para menos gente e sem encontrar eco ao seu discurso. Com os déficits, o desespero aumentou, enquanto as verbas governamentais seguiram outro destino. O descontrole dos colunistas ganhou espaço em editoriais agressivos, em suspeitas infundadas, em acusações levianas. Algumas o governo sequer contestou, como demonstrou Mauro Carrara.
O "animus furiandi" resultante da rejeição afetiva a fez sofrer a ameaça de perda de espaço e de "status", com a estruturação da TV pública. O caos está deixando o país sem alternativa. Emir Sader divulgou uma lista de jornais virtuais, em diversas línguas, inclusive espanhol, para quem quer se informar. Ou se cansou da ilusão de ética da mídia controlada pelas grandes empresas, preterida pelo grande público e sem verbas de comunicação do governo. Mesmo a informação democratizada pela internet não conteve a raiva da derrota acachapante.
O movimento migratório de telespectadores, ouvintes e leitores das emissoras de Rádio e TV comerciais para as públicas pode ser saudável. Esse fato que acontece aqui é o mesmo ocorrido com as TVs em diversos países da Europa. Ele se acentua com a internet e se alimenta do cansaço com o consumo de informação controlada, distorcida e maquiada. Sem saber, essa mídia está ajudando no amadurecimento do público consumidor de informação. A mais dura lição da derrota eleitoral da mídia, não foi a maior votação da história do país, dada pela população, mas quando ela, sentindo-se ofendida e usada, transferiu milhões de votos do seu candidato ao presidente eleito, no segundo turno.
A raiva intensa, explosiva como em qualquer paixão antiga quando a relação se esgarça, avança no mesmo ritmo da perda de credibilidade. Como em abraço de afogado, juntam-se as mídias concentradas no eixo Rio-São Paulo, para punir a sociedade por sua escolha. A última forma foi o acidente aéreo. Nem o momento de dor imensurável das famílias, da sociedade e de um setor da economia, obteve trégua. Pires tem razão, é uma sanha que não leva nada em consideração, um desejo indômito de atingir o governo, mesmo que acabe com a sociedade que o elegeu.
Aos 80 anos Pires sabe identificar a insanidade. Especialmente quem exerce funções públicas há 50. O humor do noticiário se altera com a acentuação da crise. Agora jornalistas de expressão precisam rir ao anunciar as vaias ao presidente, não escondem a raiva, mesmo sofrendo desgastes na imagem e enfrentando perda de credibilidade. Não se sabe se crêem no que escrevem. Nem na recompensa salarial.
Como no caso de amor não correspondido, a maior dor é o novo amor do ser amado. Mesmo que a rejeição cause dor intensa, que cresça com os gestos espetaculares em troca da atenção, em vão, e sofra tal desgaste no desespero da conquista impossível, por fim não suporta o sofrimento e acaba. Paixão é mortal. No caso dessa, o que a mídia não consegue aceitar é a popularidade do presidente, nem que os ciclos se encerrem e, mais desastroso, que surjam novos modelos de mídia e informação, e se inaugurem formas civilizadas de relacionamento com os poderes. Eis o drama, que a tragédia acabou por mostrar.

* Antonio Carlos Ribeiro - Adital
* Teólogo e jornalista

Mensagem para você

Não basta dizer que amo a Deus; eu tenho de amar o meu próximo.

Madre Teresa de Calcutá

Tocar-te os lábios

Psique: oi
Eros2002: oi
Eros2002: diga minha musa
Psique: está tudo muito confuso, não?
Eros2002: não faz mal
Psique: você queria conversar sobre futebol na conferência?
Eros2002: não
Psique: sim
Eros2002: só lhe quis fazer uma pergunta
Eros2002: sobre o goleiro, que ainda não lhe havia posto
Psique: de qual time?
Eros2002: do salgueiros
Psique: lindo nome, aqui é uma escola de samba.
Eros2002: sim?
Eros2002: aqui um pequeno clube, mas da 1ª Liga
Psique: gosta de futebol, não?
Eros2002: sim
Psique: joga em algum time?
Eros2002: não agora com 55
Psique2002: parece que estamos a falar as escondidas
Psique: adoro isso!
Eros2002: você é demais!
Eros2002: e gosta de poetar
Psique: você também
Eros2002: sim, e com você.
Psique: hoje não, estou com dor de cabeça... rsrs
Eros2002: passava-lhe logo
Eros2002: ...o sol espelhava no rio
Psique: não!
Eros2002: e cintilava nos cálices de vinho
Psique: não!
Eros2002: o líquido avermelhado do néctar
Psique: eu fico nervosa quando você fala de amor comigo
Eros2002: é bom, depois relaxa.
Eros2002: está a gostar?
Psique: você sabe que sim
Eros2002: ainda bem
Eros2002: eu também
Eros2002: ...que teus lábios beberam.
Psique: não quero escrever hoje
Eros2002: posso escrever para si?
Psique: pode claro, adoro!
Eros2002: obrigado, musa
Psique: de nada, meu bem
Eros2002: ...e que a tua linda boca adoçaram
Eros2002: ...abria-se para mim quando sorrias
Psique: e...
Eros2002: ...e a mesa nos separava
Psique: que pena!
Eros2002: ...e uma gaivota nos vigiava
Psique: ela não é louca... rs rs
Psique: você me mata de rir, sabia?
Eros2002: ...e tu sorrias
Eros2002: ...e os lábios me seduziam
Eros2002: ...e lá ao fundo, no rio
Psique: vou ficar vermelha!
Eros2002: ...um barco apitava
Eros2002: e então peguei-te na mão
Psique: e eu fugi... rsrs
Eros2002: se estava presa pela minha mão?
Psique: adoro você, Eros
Eros2002: eu, você
Psique: mas estou com preguiça de poetar
Eros2002: ok
Eros2002: e a dor de cabeça, está a passar?
Psique: falei dor de cabeça para brincar com você... rs rs
Eros2002: ahahahaha
Psique: agora você entendeu, né?
Eros2002: claro!
Eros2002: é, mas eu hoje estou virado para a poesia
Eros2002: para poetar com você
Psique: sabe fazer massagem, Eros?
Eros2002: acho que sim, e você?
Psique: eu sou ótima nisso
Eros2002: sim?
Eros2002: nos pés, claro
Psique: não
Eros2002: não?
Psique: massagem é boa no corpo inteiro, meu bem
Eros2002: imaginava...
Psique: nós estamos deixando o grupo sozinho, na conferência
Eros2002: não, eu vou comentando também,
Psique: vamos voltar para lá?
Eros2002: não sei, são três da manhã
Psique: o que quer fazer?
Eros2002: vou ter de ir embora
Psique: conversar até o dia amanhecer?
Eros2002: pelo menos
Psique: lindo!
Eros2002: musa!
Eros2002: você é doce
Psique: você não imagina o quanto!
Psique: hoje não quero poetar, mas quero estar com você.
Eros2002: sim?
Psique: gosto de tocar nas pessoas
Eros2002: e eu também
Psique: quando não posso fazer isso com as mãos, faço com as palavras
Eros2002: sim, é bom, é...
Eros2002: e você toca-me bem
Psique: é?
Eros2002: sim
Eros2002: mas agora é má altura, pois vou ter de me ir deitar
Psique: boa noite então
Eros2002: calma!
Eros2002: mais 15 minutos, pode ser?
Psique: sim, já que está tão romântico hoje, continue a sua poesia
Eros2002: ok
Psique: solte-se
Eros2002: como me quer solto?
Psique: diga o que sente, fale-me de suas emoções
Eros2002: SIM
Psique: termine a sua poesia
Eros2002: ok
Eros2002:...e eu sonhando com um cálice de vinho
Psique: vamos acabar ficando bêbados pela net mesmo... rsrs
Eros2002: ...tocar-te os lábios, ainda umedecidos...

A quatro mãos

Eros2002: oi
Psique: oi
Eros2002: o Brasil ganhou
Psique: assistiu ao jogo também?
Eros2002: não, me disseram agora
Psique: o Brasil não jogou bem
Eros2002: mas ganhou
Psique: o espetáculo não foi bonito
Eros2002: não?
Psique: não
Eros2002: e de resto, tudo bem?
Eros2002: tem o poema ainda?
Psique: qual?
Psique: o último que escrevemos?
Eros2002: esse...
Psique: esqueci de salvar, infelizmente.
Psique: estava tão lindo!
Eros2002: ok
Psique: e você?
Eros2002: também não
Psique: que pena!
Eros2002: é
Psique: o primeiro que fizemos eu salvei, você se importa?
Eros2002: nada
Psique: não sei se faremos outros
Eros2002: como?
Psique: nada
Eros2002: nada?
Psique: eu disse que não sei se faremos outros...
Eros2002: por quê?
Psique: fiquei confusa, você já sabe, expliquei-lhe.
Eros2002: ok, mas ainda está?
Psique: e, depois, poema a quatro mãos não é daquele jeito.
Eros2002: a quatro mãos?
Psique: você precisa aprender a compartilhar
Psique: não fazíamos juntos?
Eros2002: ok
Psique: ou pelo menos deveríamos ter feito
Eros2002: está bem
Eros2002: mas você não gostou do último?
Psique: adorei!
Eros2002: então, continuemos não acha?
Psique: é o que quer?
Eros2002: oui
Eros2002: vou-me xau
Eros2002: beijos
Psique: beijos
Eros2002: e amanhã inspirado, poetaremos se você estiver a fim.