quinta-feira, novembro 16, 2006

Dia Nacional da Consciência Negra

Dia Nacional da Consciência Negra

Aproximamos-nos do dia 20 de novembro. Essa data celebramos aqui no Brasil uma figura importantíssima para todos os brasileiros e de um modo muito especial para o povo afro-descendente. Zumbi dos Palmares, hoje oficialmente posto como um herói nacional, embora ainda pouco lembrado e celebrado. Para nós afro-descendentes, esse é o verdadeiro dia para se celebrar e memorizar a consciência negra e não o 13 de maio, como pretende a legislação brasileira. Zumbi dos Palmares é um referencial de luta importante na nossa história. Foi perseverante até o fim, quando foi trucidado pela covardia dos seus algozes lá na Serra da Barriga. Ele vou esquartejado e seus companheiros e companheiras passados a fio de espada. A intenção era mesmo o de eliminar de vez todo e qualquer sonho de liberdade. Mas o “sonho não acabou” e a luta continua. Agora em outras “trincheiras” e em outros campos. Muito se tem conquistado mais ainda muito se tem por conquistar. Hoje por exemplo, está em discussão o tema das contas. O tema é polêmico e não poucas vezes pouco polarizado. Alguns doutores e doutoras pouco conhecedores da história e ou sem nenhuma simpatia por essa causa, jogam “areia” e se colocam como entraves no processo. Ilustremos um pouco a questão.

Tratando de um aspecto dessa luta, gostaria de apresentar uma pequena reflexão de Maria Querino S. Santos, relacionado com o problema das cotas.

EM DEFESA DAS COTAS

Segundo o Prof. Dr. Kabenguele Munanga, no livro “Educação e Ações Afirmativas”, as chamadas políticas de ação afirmativa são recentes na história da ideologia anti-racista. Nos países que foram implantadas (Estados Unidos, Inglaterra, Nova Zelândia, Alemanha, Áustria, Canadá e Malásia, entre outros), elas visam oferecer aos grupos discriminados e excluídos um tratamento diferenciado para compensar as desvantagens devidas à sua situação de vítimas do racismo e de outras formas de discriminação. Daí as terminologias de “equal opportunity policies”, ação afirmativa, ação positiva, discriminação positiva ou políticas compensatórias. Nos Estados Unidos, onde foram aplicadas desde a década de 60, elas pretendem oferecer aos afro-americanos as chances de participar da dinâmica da mobilidade social crescente [...]. Qualquer proposta de mudança em benefício dos excluídos receberia um apoio unânime, sobretudo quando se trata de uma sociedade racista. Nesse sentido, a política de ação afirmativa nos Estados unidos tem seus defensores e seus detratores. Foi graças a ela que se deve o crescimento da classe média afro-americana, que hoje atinge cerca de 3% de sua população, sua representação no Congresso Nacional e nas Assembléias estaduais; mais estudantes nos liceus e nas universidades... A pesar das críticas contra a ação afirmativa, a experiência das últimas quatro décadas nos países que implementaram não deixam dúvidas sobre as mudanças alcançadas. A questão fundamental que se coloca é como aumentar o continente negro no ensino universitário e superior de modo geral, tirando-o da situação de 2% em que se encontra depois de 114 anos de abolição em relação ao contingente branco que, sozinho, representa 97% de brasileiros universitários.
Assim, tratando-se do Brasil, um país que desde a abolição nunca assumiu seu racismo, condição sine qua non para pensar em políticas de ação afirmativa, os instrumentos devem ser criados pelos caminhos próprios ou pela inspiração dos caminhos trilhados por outros países em situação racial comparável ao Brasil.



FONTE: Educação e ações Afirmativas: entre a injustiça simbólica e a injustiça econômica. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2003, p. 117-128.

Sobre o Natal

NATAL: A revelação mais comovente e mais desafiadora de Deus.
Pro. Renold J. Blank


1. O que o Natal nos revela?

Ao falar de Deus, costumamos identifica-lo com o Onipotente, o Criador do cosmo e o Senhor do céu e da terra. Sim, ele também é isso, mas é infinitamente mais. Nele pode ser encontrada uma verdade tão chocante, que – apesar de todas as celebrações festivas do ano litúrgico – foi muito pouco assimilada pela fé das pessoas. É uma verdade que ultrapassa em muito o nosso conhecimento sobre a onipotência de Deus e a sua inimaginável glória. Na base dessa verdade, há aquele fato chocante e ao mesmo tempo maravilhoso que marca a sua revelação em Jesus Cristo: Deus é humilde e modesto.

Mas há mais! Tudo indica que Deus está mais interessado em ser conhecido exatamente assim - humilde e modesto – do que como criador e onipotente.

É essa verdade fundamental, aliás, que distingue essencialmente a nossa fé da professada pelas inúmeras outras religiões existentes. Na maioria delas também se cultua um Deus que de uma forma ou de outra, se apresenta como poderoso e cheio de glória. Mas é unicamente na religião cristã que esse Deus se revela na pequenez e na fragilidade de uma criança, no seu desamparo e na sua necessidade de ser amado.

2. No evento do NATAL, Deus se manifesta a nós como realmente é (cf. Hb 1,3)

O Concílio Vaticano II, na constituição dogmática Dei Verbum, formula de maneira magistral a verdade fundamental de que, em Jesus Cristo, Deus nos revelou, de maneira mais clara e direta, aquilo que realmente é.
Se acreditamos nessas palavras de Igreja – e não há razão para não faze-lo - , descobrimos, na festa do Natal, o conteúdo mais comovente e, ao mesmo tempo, mais feliz da nossa fé. Descobrimos que, diante de Deus, não precisamos ter medo, porque ele se aproxima de nós no sorriso de uma criança. Descobrimos a verdade de que Deus não se interessa em primeiro lugar pelo poder e não faz questão alguma de ser venerado como poderoso. O fato é que ele se fez pequeno e se aniquilou (cf. Fl 2,5-8), entregando-se a nós como criança que suplica pelo nosso amor.

Deus é e se revela assim! Torna-se criança para compreendermos, que há apenas uma coisa que conta: ser amado.

3. O Natal revela que Deus não se interessa pelos mecanismos de prestígio e de poder

Se Deus se revela dessa maneira, deixando de lado as instâncias de prestígio e de poder, como é que nós poderíamos recorrer a tais mecanismos na convivência social, na vida pública ou na práxis religiosa?

Deus manifestou-se como criança para compreendermos que os seus caminhos não são aqueles do poder, mais os da ternura e do amor.

Ao tornar-se homem não na figura de um imperador poderoso, mas na forma de uma criança indefesa, Deus nos informa, de maneira indiscutível, que ele não se interessa pelos mecanismos do poder. Com isso, porém, assume grande risco. Ele se põe em nossas mãos!

Em Jesus Cristo, Deus se entrega aos seres humanos e, com isso, está totalmente sujeito ao agir e às decisões das pessoas. Ele fica à nossa mercê, assim como qualquer criança. Entrega-se a nós, assumindo o risco de que essa sua confiança possa ser traída.
A decepção diante dessa traição pode ser verificada no decorrer da história e já transparece em diferentes passagens bíblicas. Tal decepção chega ao seu cume naquele acontecimento chocante em que criaturas humanas torturam e matam o Filho de Deus no pelourinho vergonhoso da cruz. Ninguém teria tido a ousadia de crucificar um Deus onipotente que se tivesse manifestado em seu poder de glória. Um Deus assim seria venerado por todos; mas, ao mesmo tempo, seria temido por todos. Exatamente esse medo, porém, Deus não quer!

4. Não o temor, mas o amor

Deus não quer que o temamos, mas o amemos. O evento da Natal nos mostra que ele não está interessado em nos intimidar. Em vez disso, espera que o amemos. Para que tal fato se torne visível da maneira mais palpável, ele se revela a nós como criança indefesa que implora nosso amor. Deu um Deus que se apresenta na forma de uma criança, ninguém tem medo. Um Deus assim só pode ser amado de coração aberto. Só pode encontrar amparo em nossos braços e coração. É exatamente isso que Deus deseja.

5. Um Deus que se manifesta como criança pode ser amado; mas essa criança também pode ser rejeitada e pisada

Deus se nos mostra como criança para que percamos o medo dele e o amemos Mas, em vez de amá-lo, também é possível outra atitude. Se esse Deus revela-se indefeso como criança, então pode ser rejeitado. É possível jogá-lo no chão, pisar nele e até matá-lo.

A festa do Natal também nos confronta com essa alternativa. Além de todo romantismo sentimental e emocional e de todo o barulho da indústria da propaganda comercial, descobrimos, nessa criança na manjedoura, um desafio sem igual. Descobrimos a alternativa do amor. Mas será que nós amamos efetivamente essa criança e lhe abrimos o coração? Ou será que nos fechamos diante de suas súplicas por amor e o jogamos no chão, pisando-o e até o matando?

Certamente ninguém de nós jamais pensaria em bater naquela criança ou matá-la. Sobre isso há consenso total entre nós que vivenciamos o Natal e estamos felizes porque Deus se tornou homem. Mas exatamente pelo fato de Deus ter se manifestado a nós numa manjedoura, por não ter permanecido distante, oculto no interior de céus distantes, ele se torna desafio constante para nós.

O desafio é este: fazemos às pessoas tudo aquilo que gostaríamos de fazer a ele? É importante lembrar: tudo aquilo que fazemos a qualquer pessoa, nós fazemos a Deus. Com isso, porém, o fazemos também à criança que veneramos no Natal (cf. Mt 25,40-45).

Eis a grande e chocante verdade que tantas vezes, no decorrer da história, foi esquecida.

6. Deus, que se manifesta como criança, identifica-se de maneira plena com as pessoas

Pensar que cada um dos nossos atos para com qualquer ser humano se dirige a Jesus Cristo pode desencadear conseqüências que dificultem cantar as velhas músicas de Natal. Estas só dizem a verdade quando externam o amor que praticamos em favor dos nossos irmãos e irmãs, quando começamos a abrir-lhes o coração e respondemos aos seus anseios com amor.

À luz da identificação direta entre Jesus Cristo e as pessoas que encontramos no dia-a-dia, o Natal se torna um desafio para nós, indagação inquietante para a nossa consciência e vocação renovada cada vez mais urgente. Isso porque tudo aquilo que fazemos às pessoas, seja no bem, seja no mal, nós o fazemos à criança que veneramos no Natal.

À medida que, como cristãos e como igreja, tomarmos a sério esse fato, nossa religião se tornará fermento e sal da terra. Á medida que o Natal readquirir seu sentido original para nós, começaremos a transformar as inúmeras situações e estrutura nas quais seres humanos se encontram pisados, excluídos e desprezados. Agiremos assim por estarmos conscientes de que, em toda pessoa humana maltratada, a criança divina na manjedoura está sendo maltratada.

Tomando a sério o que nos é revelado no Natal, passaremos a trabalhar para construir situações e estruturas que estaremos em sintonia com tal revelação. Seremos colaboradores de situações onde reine o amor, a justiça e a solidariedade entre os seres humanos. Deus solidarizou-se, identificando-se conosco, de maneira direta e concreta no Natal.


Texto extraído da Revista Vida Pastoral (Outubro/Dezembro)

sábado, novembro 11, 2006

Lula e a derrota da Casa Grande

Lula e a derrota da Casa Grande - Leonardo Boff*
"Casa-Grande & Senzala" (1933), de Gilberto Freyre representa mais que um dos textos fundadores da moderna interpretação do Brasil. Os dois termos dão corpo a um paradigma e a uma forma de habitar o mundo. Habitar na forma da Casa-Grande significa estabelecer uma relação patriarcal de dominação social, de criação de privilégios e hierarquias. Habitar na forma da Senzala é ser expoliado como ser humano, seja na forma do escravo negro, feito "peça" a ser vendida e comprada no mercado, seja do trabalhador, usado como "carvão a ser consumido" (Darcy Ribeiro) na máquina produtiva. Estas duas figuras sociais superadas historicamente, ainda perduram introjetadas nas mentes e nos hábitos, especialmente de nossas holigarquias e elites dominantes. Elas ainda se consideram as donas do Brasil com exigua sensibilidade pelo drama dos pobres.
A Casa-Grande se transformou em poderosa realidade virtual que se manifesta na forma como age o grande capital nacional, como se fazem alianças entre donos da imprensa empresarial, como se manejam os fatos e se cria o imaginário pela televisão para que a Senzala continue Senzala, seu lugar na sub-história.
Ocorre que os da Senzala sempre resistiram, se revoltaram, criaram seus milhares de quilombos, se fundiram com os demais pobres e marginalizados e conseguiram, especialmente a partir de 1950, se organizar num sem-número de movimentos sociais populares. Conquistaram aliados de outras classes, intelectuais e setores importantes das Igrejas. Criaram o poder social popular que, num dado momento, se afunilou em poder político e com outras forças deram origem ao Partido dos Trabalhadores (PT). De dentro desse povo irrompeu Lula como legítimo representante destes destituidos da Casa Grande, com carisma e rara inteligência. Dou meu testemunho pessoal: corri quase todo o planeta, encontrei-me com nomes notáveis da política, das ciências, do pensamento e das artes. Dentre os mais inteligentes que encontrei, está Luiz Inácio Lula da Silva, agora nosso Presidente. Somente ignorantes podem chamá-lo de ignorante. Sua inteligência pertence ao seu carisma: desperta, arguta, indo logo ao coração dos problemas e sabendo formulá-los do seu jeito próprio, sem passar pelo jargão científico.
Sua vitória é de magnitude histórica, pois por duas vezes a Senzala venceu a Casa Grande. Os continuadores da Casa Grande fizeram tudo e tentarão ainda tudo para atravancar essa vitória. Como não têm tradição democrática e parco senso ético, costumam usar todas as armas, armar "maracutaias", como fizeram em eleições anteriores. Apenas esperamos que não utilizem o expediente do assassinato.
O desafio agora é consolidar a vitória da Senzala e dar sustentabilidade a um projeto que supere historicamente esta divisão perversa da Casa-Grande & Senzala para se inaugurar um novo tempo de uma "democracia sem fim" (Boaventura de Sousa Santos), de cunho popular e participativo.
Esse projeto só ganhará curso se Lula realimentar continuamente suas raízes numa articulação orgânica com as bases de onde veio. São elas as portadores do sonho de um outro Brasil e infundirão força ao Presidente. As feridas que a Casa Grande abriu no tecido social e ecológico de nosso pais são sanáveis. Uma política que tem o povo como centro fará bem até a estas elites. Agora não tem lugar a revanche mas a magnanimidade, o pais unido ao redor de um projeto includente.
* Teólogo. Membro da Comissão da Carta da Terra

Decretos de Natal

Fica decretado que, neste Natal, em vez de dar presentes, nos faremos presentes junto aos famintos, carentes e excluídos. Papai Noel será malhado como Judas e, lacradas as chaminés, abriremos corações e portas à chegada salvífica do Menino Jesus. Por trazer a muitos mais constrangimentos que alegrias, fica decretado que o Natal não mais nos travestirá no que não somos: neste verão escaldante, arrancaremos da árvore de Natal todos os algodões de falsas neves; trocaremos nozes e castanhas por frutas tropicais; renas e trenós por carroças repletas de alimentos não perecíveis; e se algum Papai Noel sobrar por aí, que apareça de bermuda e chinelas. Fica decretado que cartas de crianças só as endereçadas ao Menino Jesus, como a do Lucas, que escreveu convencido de que Caim e Abel não teriam brigado se dormissem em quartos separados; propôs ao Criador ninguém mais nascer nem morrer, e todos nós vivermos para sempre; e, ao ver o presépio, prometeu enviar seu agasalho ao filho desnudo de Maria e José. Fica decretado que as crianças, em vez de brinquedos e bolas, pedirão bênçãos e graças, abrindo seus corações para destinar aos pobres todo o supérfluo que entulha armários e gavetas. A sobra de um é a necessidade de outro, e quem reparte bens partilha Deus. Fica decretado que, pelo menos um dia, desligaremos toda a parafernália eletrônica, inclusive o telefone e, recolhidos à solidão, faremos uma viagem ao interior de nosso espírito, lá onde habita Aquele que, distinto de nós, funda a nossa verdadeira identidade. Entregues à meditação, fecharemos os olhos para ver melhor. Fica decretado que, despidas de pudores, as famílias farão ao menos um momento de oração, lerão um texto bíblico, agradecendo ao Pai de Amor o dom da vida, as alegrias do ano que finda, e até dores que exacerbam a emoção sem que se possa entender com a razão. Finita, a vida é um rio que sabe ter o mar como destino, mas jamais quantas curvas, cachoeiras e pedras haverá de encontrar em seu percurso. Fica decretado que arrancaremos a espada das mãos de Herodes e nenhuma criança será mais condenada ao trabalho precoce, violentada, surrada ou humilhada. Todas terão direito à ternura e à alegria, à saúde e à escola, ao pão e à paz, ao sonho e à beleza. Fica decretado que, nos locais de trabalho, as festas de fim de ano terão o dobro de seus custos convertido em cestas básicas a famílias carentes. E será considerado grave pecado abrir uma bebida de valor superior ao salário mensal do empregado que a serve. Como Deus não tem religião, fica decretado que nenhum fiel considerará a sua mais perfeita que a do outro, nem fará rastejar a sua língua, qual serpente venenosa, nas trilhas da injúria e da perfídia. O Menino do presépio veio para todos, indistintamente, e não há como professar o "Pai Nosso" se o pão também não for nosso, mas privilégio da minoria abastada. Fica decretado que toda dieta se reverterá em benefício do prato vazio de quem tem fome, e que ninguém dará ao outro um presente embrulhado em bajulação ou escusas intenções. O tempo gasto em fazer laços seja muito inferior ao dedicado a dar abraços. Fica decretado que as mesas de Natal estarão cobertas de afeto e, dispostos a renascer com o Menino, trataremos de sepultar iras e invejas, amarguras e ambições desmedidas, para que o nosso coração seja acolhedor como a manjedoura de Belém. Fica decretado que, como os reis magos, todos daremos um voto de confiança à estrela, para que ela conduza este país a dias melhores. Não buscaremos o nosso próprio interesse, mas o da maioria, sobretudo dos que, à semelhança de José e Maria, foram excluídos da cidade e, como uma família sem-terra, obrigados a ocupar um pasto, onde brilhou a esperança. Frei Betto, Site: http://br.geocities.com/mcrost10/index.htm

Para pensar

O homem é bem mais que um número, um dado de pesquisa ou uma questão para as ciências. Ele é, uma "parábola de Deus". é "a melhor floração do mundo", e está sempre em busca de uma exaustiva hominização. O homem perfeito só nasceu uma vez em Jesus Cristo; depois disso, ele continua sendo gestado "na grande placenta da história-processo que ascende e converge para Deus". Embora reconhecendo e testemunhando verdades tão consoladoras, a antropologia é a do não-homem e, por isso, uma antropologia profética denunciando as estruturas injustas da sociedade que agridem e discriminam as pessoas. Mas mesmo assim, vale a pena ser homem, "porque Deus quis ser um deles".
Padre Carlos F. da Silva