R E F L E X Ã O – 375
Há roubos de variada natureza, jamais catalogados nos códigos de justiça daTerra.
Furto de tempo aos que trabalham.
Assaltos à tranqüilidade do próximo.
Depredações da confiança alheia
Invasões aos interesses dos outros.
Apropriações indébitas, através do pensamento
Espoliações da alegria e da esperança
Com chaves falsas da intriga e da calúnia, da crueldade e da má-fé, almas impiedosas existem, penetrando sutilmente nos corações desprevenidos, dilapidando-os em seus mais valiosos patrimônios espirituais...
Por esse motivo, a palavra do apóstolo Paulo se reveste de sublime e abrangente significação: “Aquele que furtava não furte mais”
As pessoas que aceitam os princípios cristãos, que dizem abraçar o Evangelho por norma de elevação da vida, devem procurar, acima de tudo, ocupar as mãos com atividades edificantes, a fim de que possam ser realmente úteis aos que necessitam.
Na preguiça está sediada a gerência do mal.
Quem alguma coisa faz, sempre tem algo a repartir.
Quem busca cumprir dignamente suas obrigações de cada dia para se fazer merecedor do posto que ocupa, atendendo especialmente aos deveres diante do Senhor, atravessa o caminho terrestre sem furtar a ninguém.
Há quem consiga furtar a si próprio, isto é, furta o próprio sentido da vida, perambulando pelas sombras da morte sem morrer. Trânsfugas da evolução, cerram-se entre as paredes da própria mente, cristalizados no egoísmo ou na vaidade, negando-se a partilhar a experiência comum. Privam-se voluntariamente da alegria que produz o amor ao próximo
Mergulham em sepulcros de ouro, de vício, de amargura e ilusão. Se vitimados pela tentação da riqueza moram em túmulos de cifrões, se derrotados pelos hábitos perniciosos, encarceram-se em grades de sombra; se prostrados pelo desalento, dormem no pranto da bancarrota moral e, se atormentados pelas mentiras com que envolvem a si mesmos residem sob as lápides, dificilmente permeáveis, dos enganos fatais.
Quem não quiser furtar a utilidade da própria vida deve participar do cotidiano coletivo, sair de si mesmo e buscar sentir a dor do vizinho, a necessidade do próximo, as angústias do irmão; não se galvanizar no próprio “eu”.
Em qualquer parte do universo somos usufrutuários do esforço e do sacrifício de milhões de existências. Temos que ceder em favor de outros, porque sempre há muitos que fazem por nós.
Fonte – Chico Xavier
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