Sim, é por amor à vida que cantamos. E, tantas vezes, choramos também. É por amor à vida, Que estamos lutando E vamos andando lentamente Para buscar a luz E a liberdade das manhãs de sol. É por amor à vida, Sim, é por amor à vida... que encaramos de frente Essa imensa dor que se nos impõe... É por amor à vida Que estamos nas ruas, nas praças, nas estradas... E gritando palavras de ordem, de uma nova ordem! Sim, é por amor, E por amor à vida Que marchamos nas madrugadas de lua nova Levando nos braços a fúria das tempestades, pronto a resgatar a terra que nos tomaram(...) Sim, é por amor à vida Que profundamente doloridos Recolhemos em nossos braços Os que foram brutalmente feridos E quando já não podemos Devolver-lhes a respiração Nós comungamos de seu sangue E os fazemos ressuscitar Em milhares de vidas e sorrisos! É por amor à vida Que escrevemos nas pedras Os poemas da esperança rebelde Que pichamos nos muros e nas portas As frases corajosas de um futuro novo, Qaue dançamos nas festas de sábado, No batuque do carnaval de um povo livre! É por amor Que nos abraçamos, que nos beijamos na esquina E já não tememos andar de braços dados seguindo a bandeira da paz E da ternura consequente! Sim, é por amor à vida Que desesperadamente amamos.
Texto de Zé Vicente, poeta e músico - Fortaleza-CE
Extraido do jornal Mundo Jovem de março de 2005
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